19 agosto 2009

Eu não pude ir a Woodstock

Estava fazendo enxoval e provando o vestido de noiva. Tudo branco. Mas juro que eu gostaria de ter estado lá, fumando maconha, tomando ácido e fazendo amor. Se o mundo não mudasse seria por minha culpa, burguesinha alienada, sonhando com alguém que me fizesse feliz. Seria porque eu achava melhor não saber de nada, não tomar pílula e não protestar. Meus protestos reapareceram depois, com validade vencida, fora de hora e lugar.

Quarenta anos depois e ainda sinto uma enorme atração pelo evento do qual não participei. Gosto de ver as fotos, de saber o que aconteceu com as pessoas naquele espírito de paz e amor que, dizem, ainda está impregando no solo e na grama que cresce. Adubada com os fluídos corporais e resíduos dos que estiveram lá, a vegetação é verde, o céu azul, cenário perfeito para os que buscam inspiração por ali.

Woodstock: Liberdade. Hair, Hare Krishna, O despertar da Era de Aquarius. Um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones. E se você for a São Francisco, não se esqueça de colocar flores no cabelo, você vai encontrar o pessoal por lá.

Que pena que eu não fui.