01 novembro 2009

Miami que Eu Gosto

agonia, arrependimento, bravura, banzo, calma, confiança, curiosidade, deslumbramento, desespero, entusiasmo, exaustão, felicidade, gratidão, horror, incompetência, impotência, julgamento, lucidez, merda, americano é um saco, nacionalismo, otimismo, ousadia, puta que o pariu quanto cubano, questionamento, relutância, solidão, tristeza, universalidade, vazio, xamanismo, zelo, zona, zorra, zumbido, zumzumzum...

O abecedário inteiro, repetido várias vezes, não é suficiente para classificar tudo o que se sente morando em terras estrangeiras. Pelo menos no meu caso. Às vezes eu sentava na rua e chorava, às vezes eu ficava tão eufórica que achava que estava vivendo um filme, às vezes eu queria morrer. Depois, passei a me sentir culpada por não estar feliz num lugar tão lindo e organizado. As inevitáveis mudanças aconteciam e eu me sentia como uma grande árvore que havia sido arrancada do solo e era levada daqui e de lá, sacudindo suas ramas e deixando que suas raízes se ferissem sem a proteção da terra.
Demorou muito tempo para saber se gostava ou não e mais ainda para achar que estava tudo bem. Quando comecei a entender o processo, já era hora de voltar.

Miami, cidade de que aprendi a gostar.

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