19 junho 2012

Sopa

Gelada e turva, lá está ela no pote de vidro.
A tampa, que também é de vidro, sua lágrimas de vapor resfriado. Ao lado, outro pote. Opaco e coberto por um prato esconde um cadáver vegetal. A porta se abre, a luz acende e a sopa lá, gelada. Turva e macilenta.

Todos os dias, durante vários dias, surge o medo da decomposição. Da má água parada, da mágoa congelada. Podridão. Novamente a porta se abre.
Os potes são retirados.
As tampas removidas.
Nojo.
Aversão.
A sopa gelada não estava estragada.

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