14 novembro 2012

Meia-noite no metrô

Vinte minutos antes da meia-noite, caminho sob o minhocão e entro na estação Marechal Deodoro. Não acho o bilhete único. Com medo, abro a carteira, tenho sete reais e cinquenta - o dinheiro do taxi para ida e volta foi todo na ida - reviro a bolsa, o maldito estava enfiado na divisória. Desço na Sé, tudo vazio, só seguranças de preto, formigas no buraco de açúcar. Espero o trem. Não vem. Estou do lado errado. Subo escada, desço, uma pessoa aqui, outra ali. Sé - Paraíso, pouca gente acordada. Paraíso - Brigadeiro: ninguém. Nem uma alma penada, nem na plataforma , nem no carro. Que medo. Ponteiros quase juntos, a luz fluorescente me incomoda, subo a escada e a chuva fina entra nos ossos. Um taxi parado. Está livre? Pode me levar até a Brigadeiro por sete reais e cinquenta? Dois Real não vai me deixar mais pobre. Sobe aí. Agradeci ao descer, ele em me deu boa-noite.Foda-se, cheguei.

Um comentário:

Nathalia Lima - Nlim* disse...

Eis um conto bem paulistano...
Parabéns.

Nath
http://anathalialima.blogspot.com.br/