13 setembro 2017

Cidade linda! Só que não...

Domingo a Av. Paulista é dos paulistas. 

Bacana a ideia, todo mundo passeando, andando de bicicleta na ciclovia e na rua, aproveitando o dia lindo de sol. Só que não. Não mesmo.
Infelizmente, o conceito de que a cidade é de todos só é bonito no discurso. Sem o mínimo de respeito ao outro não dá. 
Enquanto as pessoas confundirem liberdade de expressão com vandalismo as boas intenções não vão funcionar.
Enquanto o conceito for “eu mereço ser feliz o outro que se dane”
Enquanto as pessoas não respeitarem as mínimas regras de cidadania e espalharem lixo em grande escala entupindo bueiros, quebrarem garrafas, lixeiras  e propriedades públicas, fizerem xixi na rua esse país não pode dar certo. 

Não adianta por a culpa no outro.

Domingo, dia 3 de setembro, na Paulista, próximo ao Masp, feliz da vida na companhia de um amigo querido, eu caminhava na calçada em meio ao pandemônio. Um rapaz, parado, empurrava o skate com um pé, para frente e para trás, no sentido transversal ao fluxo de pessoas. Eu precisei desviar rapidamente para o skate não lascar minha canela.

Nisso, do nada, no meio daquele monte de gente, surge na minha frente uma moça de bicicleta (veja bem, na calçada cheia de gente, não na rua ou ciclovia) e vem com tudo para cima de mim. Literalmente para cima de mim. Tentei me agarrar em algo, acho que foi a bolsa dela, mas acabei caindo no chão. Só vi a bicicleta vindo em cima de mim. Bati a cabeça, a mão, o quadril, enfim, levei um tombão. Fiquei com medo de me levantar e estar toda quebrada, mas consegui. Por sorte. Poderia ter sido bem pior.
Ouvi meu amigo xingando enquanto me ajudava a levantar. Ainda bem que ele teve o bom senso de não gerar mais violência, porque no final das contas ia sobrar para nós, os agredidos. Direitos humanos, direito do cidadão, das causas, dos gêneros, das minorias, etc. etc.

A doida da bicicleta nem caiu. Quando me viu de pé ainda me perguntou se eu me machuquei! Claro que me machuquei! Estou toda doída, sua doida... 
Triste, indignada. 
Cair na rua traz uma sensação de desamparo, de impotência diante da inconsequência do outro.